Research Article - (2025) Volume 20, Issue 5
Qualidade Percebida E Inteno De Fidelizao Em Atividades De Grupo De Fitness
Francisco Campos1,2,5*, Daniela Almeida1, José Aleixo3 and Fernando Martins1,2,4,5*Correspondence: Francisco Campos, Polytechnic University of Coimbra, Coimbra, Portugal, Email:
2SPRINT - Sport Physical activity and health Research & INnovation cenTer, Polytechnic University of Coimbra, Coimbra, Portugal
3LFitness, Oliveira do Bairro, Portugal
4inED - Centre for Research & Innovation in Education, Polytechnic University of Coimbra, Coimbra, Portugal
5Instituto de Telecomunicações, Delegação da Covilhã, Covilhã, Portugal
Received: 22-Aug-2025 Published: 22-Oct-2025
Abstract
The quality of the intervention of the group activity (GA) instructor has been pointed out as a determining factor in the experience of the participant and in his continuity of practice (loyalty) in fitness services. In this context, the present study aimed to: (i) characterize and compare the perception of the quality of the instructor's behaviour in four group activities (BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Strength and Conditioning, Zumba®); and (ii) associate the perception of quality with the participant’s loyalty intention. A total of 153 GA users aged 18 to 70 years (M±SD = 42.88±12.03) participated. A shortened and adapted version of the QIF-AG questionnaire was used to assess 10 indicators of instructor quality and participant’s loyalty intention. Was used descriptive statistics (M±SD), analysis of variance (one-way ANOVA) for comparisons between activities, and Pearson's correlation coefficients for associations between variables. Results did not reveal statistically significant differences between GA, but showed positive and consistent correlations between the perceived quality and loyalty intention, with emphasis on image, good mood, sympathy, motivation, and knowledge. Results reinforce the central role of instructors in participant’s satisfaction and loyalty intention, in GA, and point out/reinforce the importance of integrating relational skills in professional training and assessment.
Keywords
Perceived quality; instructor; fitness group activities; satisfaction; loyalty
Resumen
La calidad de la intervención del instructor de actividades grupales (AG) ha sido señalada como un factor determinante en la experiencia del practicante y en su continuidad de la práctica (fidelización) en los servicios de fitness. En este contexto, el presente estudio tuvo como objetivo: (i) caracterizar y comparar la percepción de la calidad del comportamiento del instructor en cuatro actividades grupales (BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Gimnasia Localizada y Zumba®); y (ii) asociar la percepción de calidad con la intención de fidelización de los practicantes. Participaron 153 usuarios de AG de 18 a 70 años (M±DE = 42.88±12.03). Se utilizó una versión abreviada y adaptada del cuestionario QIF-AG para evaluar 10 indicadores de la calidad del instructor y la intención del usuario. Se utilizó estadística descriptiva (M±DE), análisis de varianza (ANOVA de una vía) para las comparaciones entre actividades y coeficientes de correlación de Pearson para las asociaciones entre variables. Los resultados no revelaron diferencias estadísticamente significativas entre las actividades, pero mostraron correlaciones positivas y consistentes entre la calidad percibida y la intención de fidelización, con énfasis en la imagen, el buen humor, la simpatía, la motivación y el conocimiento. Los resultados refuerzan el papel central de los instructores en la satisfacción y lealtad de los profesionales, en el contexto de la AG, y señalan/refuerzan la importancia de integrar las habilidades relacionales en la formación y evaluación profesional.
Palabras clave: calidad percibida; instructor; actividades grupales de fitness; satisfacción; fidelización
Introdução
O setor do fitness tem vindo a afirmar-se como um dos mais dinâmicos e crescentes no âmbito da atividade física, desporto e saúde, com uma diversidade de serviços que evolui ano após ano, acompanhando as tendências sociais e comportamentais emergentes (Franco et al., 2024; Newsome et al., 2024). Esta expansão é o reflexo do aumento da procura por estilos de vida mais saudáveis e ativos, consolidando os centros de fitness como espaços privilegiados de intervenção para a promoção da saúde (European Comission, 2022). A diversificação da oferta, incluindo as atividades de grupo (AG), o treino personalizado e a sala de exercício, bem como serviços periféricos (e.g., avaliação física, cafetaria, gabinete de estética), visam responder à heterogeneidade dos perfis, motivações e objetivos dos utilizadores (EuropeActive and Deloitte, 2024; Pedragosa & Ferreira, 2024).
No atual contexto competitivo, em que os clubes têm acesso a soluções semelhantes, a diferenciação passa pela qualidade do serviço prestado (Amaral, 2025; Jaques, 2025). A qualidade do serviço em centros de fitness é um construto multidimensional, que engloba aspetos tangíveis (e.g., instalação física, equipamentos, materiais) e intangíveis, como a interação instrutor-utilizador, determinante para a perceção de valor, satisfação e intenção de fidelização (Berry et al., 1988; Ferreira-Barbosa et al., 2020; Glaveli et al., 2021; Zeithaml et al., 1996). São vários os estudos que evidenciam que a perceção de qualidade influencia positivamente a satisfação e o comportamento futuro do consumidor, nomeadamente quanto às suas intenções de fidelização e recomendação (Braga-Pereira et al., 2024; Çevik & Sevilmiş, 2024; Gonçalves & Diniz, 2015; Rahmati & Honari, 2013; Yiğit & Soyer, 2023).
As AG têm um papel central na estrutura dos serviços prestados no âmbito do fitness, sendo uma das opções mais procuradas e com maior diversidade de oferta (Campos et al., 2017; Cardoso, 2022; Pedragosa & Ferreira, 2025). São caracterizadas pela prática coletiva, conduzida por um instrutor especializado, com uso estruturado de música e sequências de exercícios para objetivos de saúde, aptidão física e bem-estar (Karageorghis, 2017; Melo & Campos, 2021). Estas atividades variam quanto ao tipo de esforço predominante, ritmo, objetivos específicos e perfil do praticante; podem ser classificadas em diferentes tipos: holísticas (e.g., BODYBALANCE™); de resistência cardiovascular (e.g., Indoor Cycling); de força e tonificação muscular (e.g., Localizada); ou dançáveis (e.g., Zumba®) (Gaspar, 2021; Silva et al., 2022). A escolha dos praticantes está frequentemente associada a fatores como o nível de aptidão, preferências, objetivos, disponibilidade horária e experiências prévias (Pajaujiene, 2015).
Nas AG, os instrutores desempenham um papel multifacetado, integrando funções técnicas, pedagógicas e relacionais (Campos et al., 2019, 2020). A sua competência para comunicar eficazmente, motivar, adaptar a sessão à realidade do praticante e criar um ambiente positivo é decisiva para melhorar a perceção de qualidade do serviço (Campos et al., 2017; Franco & Simões, 2021; Braga-Pereira et al., 2025). A literatura aponta que indicadores de qualidade como simpatia, comunicação, dedicação, imagem ou conhecimento, entre outros (Campos et al., 2020), contribuem para experiências mais satisfatórias e motivadoras, reforçando a intenção de fidelização.
Por conseguinte, importa aprofundar a compreensão sobre como os utilizadores percecionam a qualidade da intervenção dos instrutores nas diferentes AG, e de que forma esta perceção se associa à intenção de fidelização. Neste estudo, analisaram-se quatro AG distintas (BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Localizada e Zumba®), com o objetivo de: caracterizar e comparar a qualidade da intervenção do instrutor (QI) percebida pelos utilizadores de AG; associar a QI percebida pelos utilizadores de AG à sua intenção de fidelização (IF). Pretende-se, desta forma, contribuir para o avanço do conhecimento sobre os possíveis indicadores que influenciam a retenção dos clientes no setor do fitness, de acordo com a especificidade de cada AG, com implicações práticas e diretas para a gestão de recursos humanos, em concreto para a formação técnica dos instrutores, em prol de uma melhor e mais adequada intervenção profissional.
Metodologia
Participantes
153 utilizadores de AG, de cinco ginásios de uma cadeia de fitness em Portugal, participaram no estudo, com idades compreendidas entre os 18 e 70 anos [Média±Desvio Padrão (M±DP) = 42.88±12.03]. Destes, 114 (81,05%) são do sexo feminino e 29 (18,95%) do masculino. Os dados foram recolhidos de diferentes AG: BODYBALANCE™ (n=26), Indoor Cycling (n=76), Localizada (n=27) e Zumba® (n=24). Os critérios de inclusão foram: ter idade igual ou superior a 18 anos; estar inscrito em um dos ginásios há pelo menos um mês; frequentar o ginásio pelo menos uma vez por semana. Todos os participantes foram informados sobre o tema e objeto do estudo, e preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do Instituto Politécnico de Coimbra (Portugal) (número D40/2024).
Instrumentos
Para recolha dos dados, foi feita uma versão reduzida e adaptada do questionário Qualidade do Instrutor de Fitness - Atividades de Grupo (QIF-AG), de Campos et al. (2016). Entre outros, e para esta pesquisa específica, foi construído o instrumento QIF(vr) - Atividades em Grupo [QIF(vr)-AG]. Para avaliar a QI foram considerados 10 indicadores de qualidade [comunicação, boa disposição, simpatia, imagem, motivação: dimensão relacional (DR); instrução, planeamento, pontualidade, conhecimento, dedicação: dimensão técnico-pedagógica (DTP)], adaptados do QIF-AG (Campos et al., 2016), e respondidos numa escala de Likert de 7 pontos, de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente). Um maior valor obtido corresponderá a uma maior perceção de qualidade. Para além desta parte específica, relacionada com a QI percebida pelos utilizadores de AG, apresenta, entre outras, uma questão relacionada com a intenção de fidelização (IF) – Como classifica neste momento a sua intenção de fidelização (querer continuar inscrito no…) – também respondida numa escala Likert de 7 pontos, de 1 (abandonar assim que possível) a 7 (abandonar só por motivos de força maior).
Procedimentos
Numa fase prévia, a recolha foi articulada com a coordenação da cadeia de fitness, que ficou encarregue de enquadrar o trabalho e solicitar a colaboração de todos os utilizadores de AG dos cinco ginásios da cadeia. Embora a recolha de dados tenha sido feita online, houve uma sensibilização presencial, por parte dos próprios instrutores junto dos praticantes, sobre a importância da sua contribuição, para melhorar a qualidade do serviço prestado. Na distribuição do questionário, foi utilizado o software Customer Relationship Management (CRM), da Salesforce. Os dados foram recolhidos de 25 de novembro a 20 de dezembro de 2024.
Análise estatística
Para a caracterização foi utilizada estatística descritiva, especificamente os valores de M±DP. O teste ANOVA one-way foi utilizado para comparar a QI em cada um dos 10 itens, segundo a atividade (BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Localizada e Zumba®), após a verificação dos pressupostos de normalidade e homogeneidade (Pestana & Gageiro, 2014; Tabachnick & Fidell, 2021). A classificação do effect size (ES) foi feita de acordo com os valores de referência do eta quadrado (η2) (Marôco, 2021): pequeno (η2≤.05); moderado (.05<η2≤.25); elevado (.25<η2≤.50); muito elevado (η2>.50).
Para avaliar a magnitude e direção das associações da QI percebida pelos utilizadores com a IF, foi realizado o teste de correlação de Pearson (ρ), após a validação do pressuposto de normalidade (Pallant, 2020). A normalidade de cada variável univariada foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Nos casos em que a normalidade não foi confirmada, seguimos o Teorema do Limite Central, que permite assumir a normalidade pelo tamanho da amostra suficientemente grande (Field, 2018, Marôco 2021). Para classificar a intensidade das associações entre variáveis, adotou-se a escala apresentada por Hopkins (2002): muito fraca (ρ<.1); fraca (.1<ρ≤.3); moderada (.3<ρ≤.5); forte (.5<ρ≤.7); muito forte (.7<ρ≤.9); quase perfeita (ρ>.9); perfeita (ρ=1.0). A análise estatística foi realizada utilizando o software IBM SPSS (versão 28), para um nível de significância de 5% (p<.05).
Resultados
Iniciamos a apresentação dos resultados para dar resposta ao primeiro objetivo: caracterizar e comparar a QI percebida, em AG, pelos utilizadores de BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Localizada e Zumba® (Tabela 1). Na caracterização (M±DP), pelos valores de média de resposta mais elevados destacamos os seguintes indicadores de qualidade por AG estudada: BODYBALANCE™ [pontualidade (6.92±.27), dedicação (6.84±.54), imagem (6.80±.49), motivação (6.76±.58)]; Indoor Cycling [pontualidade (6.81±.53), motivação (6.77±.60), imagem (6.76±.48), conhecimento (6.73±.73)]; Localizada [pontualidade (6.92±.38), simpatia (6.88±.42), dedicação (6.81±.48), imagem (6.80±.55)]; Zumba® [comunicação (6.78±.57), planeamento (6.71±.46), pontualidade (6.71±.72), motivação (6.57±.75)]. Pela comparação entre as diferentes AG, através do teste ANOVA one-way, é possível verificar que não existem diferenças significativas entre estas, em cada um dos 10 itens/indicadores de qualidade estudados (Tabela 1).
BODYBALANCE™ | Indoor Cycling | Localizada | Zumba® | F | p | η² | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Comunicação | 6.50±.98 | 6.65±.87 | 6.77±.57 | 6.78±.57 | 0.625 | 0.807 | 0.026 |
Boa disposição | 6.73±.87 | 6.32±1.21 | 6.70±.72 | 6.50±.94 | 1.148 | 0.324 | 0.047 |
Simpatia | 6.73±.66 | 6.48±1.14 | 6.88±.42 | 6.35±1.64 | 1.066 | 0.389 | 0.043 |
Imagem | 6.80±.49 | 6.76±.48 | 6.80±.55 | 6.42±1.01 | 1.029 | 0.421 | 0.042 |
Motivação | 6.76±.58 | 6.77±.60 | 6.66±.67 | 6.57±.75 | 0.88 | 0.56 | 0.036 |
Instrução | 6.19±1.74 | 6.48±.98 | 6.48±1.01 | 6.28±.91 | 0.941 | 0.502 | 0.039 |
Planeamento | 6.69±.73 | 6.65±.90 | 6.70±.86 | 6.71±.46 | 0.473 | 0.919 | 0.02 |
Pontualidade | 6.92±.27 | 6.81±.53 | 6.92±.38 | 6.71±.72 | 0.498 | 0.904 | 0.021 |
Conhecimento | 6.73±.72 | 6.73±.73 | 6.70±.72 | 6.42±1.15 | 0.59 | 0.837 | 0.025 |
Dedicação | 6.84±.54 | 6.71±.68 | 6.81±.48 | 6.50±1.16 | 0.8 | 0.64 | 0.033 |
* significativo para p<.05. |
No que concerne ao segundo objetivo (associar a QI percebida pelos utilizadores de AG à IF), os resultados são apresentados na Tabela 2. No BODYBALANCETM existe uma associação positiva, estatisticamente significativa, entre dois dos indicadores de qualidade do instrutor de AG e a IF dos utilizadores, ambos da DR [simpatia (p=.041; ρ=.404; intensidade moderada); imagem (p=.016; ρ=.469; intensidade moderada)]. No Indoor Cycling, existe uma associação positiva significativa em sete indicadores de qualidade, os cinco da DR [comunicação (p=.011; ρ=.289; intensidade fraca); boa disposição (p=.019; ρ=.269; intensidade fraca); simpatia (p=.029; ρ=.251; intensidade fraca); imagem (p=.008; ρ=.302; intensidade moderada); motivação (p=.005; ρ=.318; intensidade moderada)], e dois da DTP [pontualidade (p=.011; ρ =.289; intensidade fraca); conhecimento (p=.046; ρ=.229; intensidade fraca)]. Na Localizada, há uma associação positiva significativa em nove indicadores, quatro da DR [comunicação (p=.001; ρ=.722; intensidade muito forte); boa disposição (p=.001; ρ=.581; intensidade forte); imagem (p=.001; ρ=.699; intensidade forte); motivação (p=.001; ρ=.318; intensidade forte)], e os cinco da DTP [instrução (p=.001; ρ=.701; intensidade muito forte); planeamento (p=.001; ρ=.601; intensidade forte); pontualidade (p=.036; ρ=.405; intensidade moderada); conhecimento (p=.001; ρ=.616; intensidade forte); dedicação (p=.001; ρ=.596; intensidade forte)]. Na Zumba® existe uma associação positiva significativa em seis indicadores, quatro da DR [boa disposição (p=.005; ρ=.700; intensidade forte); simpatia (p=.001; ρ=.769; intensidade muito forte); imagem (p=.024; ρ=.598; intensidade forte); motivação (p=.022; ρ=.603; intensidade forte)], e dois da DTP [conhecimento (p=.001; ρ=.875; intensidade muito forte); dedicação (p=.001; ρ=.873; intensidade muito forte)] (Tabela 2).
BODYBALANCE™ | Indoor Cycling | Localizada | Zumba® | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
p | ρ | p | ρ | p | ρ | p | ρ | |
Comunicação | 0.182 | 0.27 | .011* | 0.289 | .001* | 0.722 | 0.55 | 0.175 |
Boa disposição | 0.175 | 0.274 | .019* | 0.269 | .001* | 0.581 | .005* | 0.7 |
Simpatia | .041* | 0.404 | .029* | 0.251 | 0.113 | 0.312 | .001* | 0.769 |
Imagem | .016* | 0.469 | .008* | 0.302 | .001* | 0.699 | .024* | 0.598 |
Motivação | 0.471 | 0.148 | .005* | 0.318 | .001* | 0.622 | .022* | 0.603 |
Instrução | 0.443 | 0.157 | 0.513 | 0.076 | .001* | 0.701 | 0.07 | 0.499 |
Planeamento | 0.301 | 0.211 | 0.205 | 0.147 | .001* | 0.601 | 0.713 | 0.108 |
Pontualidade | 0.871 | 0.034 | .011* | 0.289 | .036* | 0.405 | 1 | 0 |
Conhecimento | 0.679 | 0.085 | .046* | 0.229 | .001* | 0.616 | .001* | 0.875 |
Dedicação | 0.214 | 0.252 | 0.124 | 0.178 | .001* | 0.596 | .001* | 0.873 |
* significativo para p<.05. |
Discussão
Os resultados deste estudo reforçam a relevância da qualidade do comportamento do instrutor na perceção do serviço em diferentes atividades de grupo (AG), e associação com a intenção de fidelização (IF) dos praticantes. Esta relação está em consonância com a literatura, que destaca a qualidade do serviço como fator determinante na satisfação e fidelização dos utilizadores (Berry et al., 1988; Braga-Pereira et al., 2025; Ferreira-Barbosa et al., 2020; Glaveli et al., 2021; Gonçalves & Diniz, 2015; Zeithaml et al., 1996). No contexto do fitness, onde o serviço prestado tem uma dimensão profissional, relacional, técnica e pedagógica (Campos et al., 2020), o papel do instrutor assume preponderância e centralidade, conforme demonstrado por Braga-Pereira et al. (2024, 2025), Campos et al. (2017, 2019) ou Glaveli et al. (2021).
A análise por atividade permitiu observar variações nos indicadores de qualidade do instrutor, de AG, mais valorizados pelos utilizadores. No BODYBALANCE™, pontualidade e dedicação destacam-se, refletindo a busca por um ambiente rigoroso, tranquilo, estruturado e tecnicamente bem conduzido (Franco et al., 2021; Melo & Campos, 2021). No Indoor Cycling, pontualidade, motivação e imagem demonstram a importância de uma liderança técnica emocional, talvez pelo elevado esforço físico exigido nesta tipologia de AG (Franco & Simões, 2021). Na Localizada, pontualidade, simpatia e dedicação foram os indicadores mais reconhecidos, confirmando a valorização de aspetos da consistência e rigor profissional, bem como da dimensão relacional (Campos et al., 2017, 2020). Na AG Zumba®, sobressaem comunicação e motivação, elementos compatíveis com o caráter marcadamente lúdico e social desta atividade (Karageorghis, 2017; Pajaujiene, 2015). Entre os indicadores de qualidade que mais se destacam, pelos valores de média de resposta dos praticantes, temos a pontualidade (DTP), nas quatro AG estudadas, e a imagem (BODYBALANCE™, Indoor Cycling e Localizada) e motivação (BODYBALANCE™, Indoor Cycling e Zumba®), ambas presentes em três das quatro AG em análise. Entendemos que a pontualidade pode ser encarada como um requisito obrigatório, conforme referido em Campos et al. (2020); para muitos praticantes, é impensável o instrutor não ser pontual ou assíduo, da mesma forma que não é tolerável os espaços físicos não estarem limpos e higienizados, algo encarado como adquirido e característico do serviço adquirido (Santos et al., 2021). Quanto à imagem e motivação, os resultados reforçam o já plasmado na literatura da especialidade, sobre a importância da componente relacional para o exercício desta atividade (Barbosa et al., 2023; Braga-Pereira et al., 2024, Campos et al., 2020, 2023; Cardoso et al., 2023), algo que não deve ser relativizado pelos instrutores, na adequação da intervenção, nem pelos próprios diretores técnicos, em cargos de gestão/coordenação, por exemplo na formação contínua destes recursos.
A consistência das associações positivas entre a QI percebida pelos utilizadores e a sua IF corrobora estudos prévios que evidenciam que os utilizadores satisfeitos com o serviço e com o instrutor apresentam maior intenção de fidelização (Braga-Pereira et al., 2024, 2025, Campos et al., 2017, 2019; Glaveli et al., 2021, Yiğit & Soyer, 2023). Este fenómeno pode ser explicado por mecanismos psicológicos ligados à satisfação das necessidades básicas, ao divertimento e questões motivacionais (Braga-Pereira et al., 2025), promovendo um maior vínculo e compromisso com a prática regular. O relacionamento interpessoal estabelecido com o instrutor, frequentemente referido como determinante para permanência ou abandono da prática (Campos et al., 2017, 2019), emerge como um elemento-chave para a satisfação e fidelização. Os resultados obtidos permitirão ao instrutor perceber, conforme a AG, quais são os indicadores de qualidade que mais se associam à intenção de fidelização dos praticantes: BODYBALANCETM (simpatia, e imagem); Indoor Cycling (comunicação, boa disposição, simpatia, imagem, motivação, pontualidade, e conhecimento); Localizada (comunicação, boa disposição, imagem, motivação, instrução, planeamento, dedicação, pontualidade, conhecimento); Zumba® (boa disposição, simpatia, imagem, motivação, conhecimento, e dedicação). O único indicador comum nas quatro AG é a imagem (DR), o que reforça a sua importância, variável que tem sido objeto de pesquisa nos últimos anos (Ardelean et al., 2024; Campos et al., 2023; Cardoso et al., 2023). Também na DR, destacamos boa disposição (Indoor Cycling, Localizada, Zumba®), simpatia (BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Zumba®), e motivação (Indoor Cycling, Localizada, Zumba®), indicadores com uma associação significativa com a IF, em três das quatro AG em estudo. Uma vez mais, reforçamos a importância da componente relacional das AG, conforme plasmado em Barbosa et al. (2023), Braga-Pereira et al. (2024), Campos et al. (2020, 2023) e Cardoso et al. (2023). Igualmente presente em três das quatro AG, temos o conhecimento, da DTP (Indoor Cycling, Localizada, Zumba®), suja importância é corroborada em alguns trabalhos da especialidade (Campos et al., 2021; Damásio et al., 2016; Gomes et al., 2020; Santos et al., 2021). Todas estas evidências, sumariadas e compactadas na Figura 1, permitirão ao instrutor de AG, em função da atividade ministrada, adaptar e adequar a sua intervenção, em função dessa mesma especificidade, e sempre em prol da satisfação e fidelização dos utilizadores que frequentam as suas sessões (Figura 1).
Os resultados confirmam a importância de elementos tangíveis e intangíveis do serviço, onde os instrutores representam simultaneamente as dimensões relacional e técnico-pedagógica, ou mesmo emocional (Jaques, 2025; Amaral, 2025). Como defendem Berry et al. (1988), e recentemente, Çevik e Sevilmiş (2024) e Natus et al. (2021), a satisfação e fidelização estão fortemente ancoradas na perceção de valor percebido, pela experiência vivenciada, o que implica uma atuação profissional, empática e personalizada. Em termos teóricos, este trabalho aprofunda o estudo da qualidade nos serviços de fitness, validando o pressuposto que a atuação do instrutor antecede e poderá afetar a fidelização, positiva ou negativamente, conforme sugerido por Zeithaml et al. (1996).
Conclusão
A presente pesquisa permitiu verificar que a qualidade percebida do comportamento do instrutor em AG se associa, em bastantes indicadores, de uma forma positiva e significativa à intenção de fidelização dos utilizadores, independentemente da AG analisada. Apesar de não se verificarem diferenças estatisticamente significativas entre BODYBALANCE™, Indoor Cycling, Ginástica Localizada, e Zumba®, os dados apontam para uma valorização geral dos comportamentos do instrutor, tanto relacionais como técnico-pedagógicos, por parte dos praticantes.
Os resultados reforçam a importância do instrutor, não apenas como Técnico de Exercício Físico, mas como agente de retenção nos serviços de fitness, com impacto direto na experiência positiva e continuidade das práticas. Do ponto de vista empírico, sugere-se a necessidade de uma sensibilização para estas evidências (e.g., importância da componente/dimensão relacional) e uma aposta na formação contínua dos instrutores, para o desenvolvimento de competências comunicacionais e/ou motivacionais, por exemplo, como complemento à DTP. Por outro lado, a avaliação sistemática e científica da qualidade dos instrutores, com base em instrumentos válidos, pode constituir uma ferramenta com grande utilidade para a adequação do serviço prestado e, como consequência, a melhoria dos índices de satisfação e intenção de fidelização, como resultado da maior qualidade percebida pelos praticantes. A adaptação da intervenção ao tipo de atividade e público-alvo, a empatia/simpatia no trato, uma comunicação eficaz e o reforço motivacional devem ser prioridade. A valorização de aspetos, muitas vezes relativizados, como imagem, planeamento e pontualidade são igualmente fundamentais. A gestão dos recursos humanos (e.g., Diretor Técnico) deve reconhecer o instrutor de AG como elemento vital e estratégico na satisfação e fidelização dos utilizadores, adotando sistemas regulares de feedback, estabilidade pessoal e organizacional, e reconhecimento profissional.
Entre as limitações do estudo, destaca-se a utilização de uma amostra não probabilística, concentrada numa única cadeia de ginásios, o que restringe a generalização dos resultados. Além disso, o desequilíbrio no número de participantes por AG e a natureza do questionário (autorresposta) poderão introduzir enviesamentos na perceção reportada. Futuras investigações deverão amplificar a diversidade geográfica e organizacional da amostra, incluir dados longitudinais que permitam avaliar a fidelização ao longo do tempo, cruzar diferentes fontes de dados, como observação direta, entrevista qualitativa ou avaliação por pares, para permitir uma compreensão mais abrangente da qualidade do comportamento/intervenção do instrutor de AG em diferentes contextos e populações-alvo.
Referências
Amaral, A. (2025). A fotografia menos bonita dos clubes de fitness e saúde em Portugal. In Portugal Activo (Ed.), Sete contributos para partilhar interpares (pp. 11–24). Portugal Activo.
Ardelean, V., Geantă, V., Dulceanu, C., Bulzan, C., Brito-Costa, S., Furtado, G., Gomes, R., Martins, F., & Campos, F. (2024). The image of group fitness instructors: An intra- and inter-country comparison between Portugal and Romania. Behavioral Sciences, 14, 1199. https://doi.org/10.3390/bs14121199
Barbosa, J., Ferreira-Barbosa, H., Bento, P., Loureiro, N., & Loureiro, V. (2023). The impact of fitness instructor quality on customer satisfaction in fitness centres. In F. Moreno, A. Vilaplana, & D. Camacho (Eds.), XIII Congreso Iberoamericano de Economía del Deporte. Los eventos deportivos: Impacto, turismo y tecnología (pp. 183–186). Universitat de València.
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